"Em resumo: passei a transportar essa árvore na algibeira (cabia lá, garanto-vos!) para a colocar onde me conviesse, sem pedir licença à Musa, que trago sempre a meu lado de sentinela: nas mesas dos cafés, na sala de espera dos dentistas, naquela nuvem, nas conferência de bocejo respeitoso... Uma árvore estranha para idílios e tempestades com braços animais e movediços que ora se cobriam de flores ora de ventosas de sanguessugas.
Uma árvore com um sol enforcado ou uma ave suicida, conforme as urgências da Poesia..."
José Gomes Ferreira, A Memória das Palavras, 5.ª ed., Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1991, p. 60.
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