" - Sim, todos nós somos uns mortos. Incapazes de dar dois passos para salvar, ali no Terreiro, alguém que pertenceu à nossa família.
- Sim, somos impotentes contra a lei das convenções. É o costume, é o que está escrito que nos guia. E que por vezes se alquimia num instinto cruel.
- Não sei bem se isto é instinto, ou medo ao destino. O Nevoeiro que diga. Quase não se pode respirar. A criação de perus e galinhas morreu toda. Os coelhos andam lunáticos e os pombos da Torre desapareceram na bruma. A asma sufoca os brônquios e torna-se impossível respirar sem abanar a cabeça procurando fios de ar puro pelas frestas da garrafeira e da cisterna da Torre.
- Passa. Tudo passa. É uma questão de tempo."
Ruben A., A Torre da Barbela, Lisboa: Assírio & Alvim, 1995, p. 199.
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