Tuesday, April 20, 2010

O ABSURDO PODE SEMPRE PARAR À TUA PORTA


"O absurdo pode sempre visitar-te quando estiveres no campo
E o teu filho disser: a minha cabeça
Pondo a mão sobre a nuca, tendo abandonado a foice.
O absurdo pode sempre parar à tua porta
Com o teu filho sobre o jumento pardo
Pode sempre visitar-te no rosto da mulher
- Era meio-dia sobre os meus joelhos -
E chamarás. Abrirás em cada dia
Uma nova entrada por onde possa visitar-te
Sentar-se aí ao teu lado. Onde costumas envelhecer."


Daniel Faria, "Homens Que São Como Lugares Mal Situados", in Poesia, 2ª edição, Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2006, p. 157.

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