"Sofri só de pensar como fora fugaz o sonho do intelecto humano. Suicidara-se. Estabelecera firmemente como mote o conforto e o bem-estar, uma sociedade equilibrada com segurança e estabilidade, atingira as suas metas - para, no fim, ter aquele desfecho. Em tempos, a vida e a propriedade devem ter alcançado a segurança quase absoluta. Os ricos viram garantida a sua riqueza e o seu conforto, o trabalhador garantida a sua vida e o seu trabalho. Sem dúvida, nesse mundo perfeito, não existira o problema do desemprego, nenhuma questão social ficara por resolver. E uma grande acalmia se seguira.
Existe uma lei da Natureza que ignoramos, que a versatilidade intelectual é a compensação pela mudança, o perigo, os problemas. Um animal em perfeita harmonia com o seu meio envolvente é um mecanismo perfeito. A Natureza nunca apela à inteligência senão quando o hábito e o instinto de tornam irrelevantes. Não existe inteligência onde não existir mudança sem a necessidade de mudança. Só os animais dotados de inteligência se vêem confrontados com uma enorme variedade de necessidade e de perigos."
H. G. Wells, A Máquina do Tempo, trad. Maria Georgina Segurado. Mem Martins: Publicações Europa-América, 2002, pp. 89-90.
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