"Ouvia lá fora as corujas à caça, que poisavam nas árvores e piavam. Era uma vida intensa na sua plenitude a expandir-se, desde as rãs aos ralos, às águas do rio que por vezes me parecia ouvir também, como se a torrente tivesse crescido e inundado as margens, uma vida latente e realizada em tudo. Só eu ali deitado a negar-me o caminho verdadeiro. Nunca fui para limites nem renúncias. E o rio turvo crescia, crescia sempre, passava sobre o mundo e levava tudo..."
Branquinho da Fonseca, Rio Turvo, Lisboa: Editorial Verbo, s.d., p. 49.
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