DAS QUIMERAS
"Maria das Quimeras me chamou
Alguém... Pelos castelos que eu ergui,
P'las flores d'oiro e azul que a sol teci
Numa tela de sonho que estalou.
Maria das Quimeras me ficou;
Com elas na minh'alma adormeci.
Mas, quando despertei, nem uma vi,
Que da minh'alma, Alguém, tudo levou!
Maria das Quimeras, que fim deste
Às flores d'oiro e azul que a sol bordaste,
Aos sonhos tresloucados que fizeste?
Pelo mundo, na vida, o que é que esperas?...
Aonde estão os beijos que sonhaste,
Maria das Quimeras, sem quimeras?"
Florbela Espanca, Sonetos Completos, 8ª ed., Coimbra: Livraria Gonçalves, 1950, p. 90.
No comments:
Post a Comment