"Depois, respondendo a uma das perguntas de um dos príncipes que ali se encontravam, o Senhor de Mascarenhas explicou os segredos do seu jardim. Gostava, dizia ele, de roubar às nuvens e às plantas, ao vento, aos insectos, o seu poder de metamorfose. Gostava de roubar o tesouro dos continentes e dos confins para recordar a fortuna que os Mascarenhas aí haviam adquirido e como testemunho da coragem que haviam demonstrado. Gostava de roubar ao Sol o mistério do oceano, e à Lua o das mulheres e dos sonhos."
Pascal Quignard, A Fronteira, trad. Pedro Tamen, Lisboa: Quetzal, 1996, p. 19.
No comments:
Post a Comment