"Haverá luz
e as flores têm nomes
que aceitei antes de todos os tempos
outrora quando ainda cresciam flores sobre os rochedos
quando as árvores falavam
e cada imagem se podia ouvir
ao passar sobre a planície
quando as ervas movidas pelo vento
ensinavam a audácia
a madeira a paciência
e a longa respiração
que dá ar e sombras
quando a terra era leito e perfume
e o cuco anunciava o início dos tempos
quando a água ainda mostrava
como o ar era leve
e a queda no céu perigosa
quando os cisnes descreviam o seu trajecto
traçado e descrito
há muito tempo já"
Eva Christina Zeller, Sigo a Água, trad. Maria Teresa Dias Furtado, Lisboa: Relógio D'Água, 1996, p. 55.
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