"Deliberou o furto do mar, com suas costas, cabos, ilhas, barcos, faróis, boias, algas, gaivotas, peixes, cetáceos, cascos afundados, carcaças, material miúdo e telégrafo submarino. E se assim o pensou, assim o fez com a presteza de que a ideia exigia (ideias são fluidos, e Miguel poderia perder a sua em proveito de qualquer cidadão receptivo)."
Carlos Drummond de Andrade, "Miguel e seu furto", in Contos de aprendiz, Lisboa: Companhia das Letras Portugal, 2015, p. 145.
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