" - Bebe! - diz-me a razão pura. - Os gregos criam que os deuses lhes tinham dado o vinho para lhes permitirem esquecer a miséria da existência. Lembra-te também do que disse Heine.
Recordo-me bem das palavras desse judeu ardente: «Com um último suspiro, tudo acaba: a alegria, a tristeza, o macarrão, o teatro, as tílias, os bombons de framboesas, o poder das relações humanas, o cavaco, o ladrar dos cães e o champanhe».
- A tua luz nítida e branca produz-me náuseas - digo à razão pura. - Tu mentes.
- Porque te digo uma verdade forte de mais, - riposta ela troçando.
- É isso, infelizmente! A existência não tem nenhuma lógica."
Jack London, Memórias de um Bebedor, trad. Campos Lima, Lisboa: Editorial Inquérito, s.d., p. 278.
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