"Tudo se passa como se, perante a imagem fotográfica, a visão empírica se desdobrasse numa visão onírica, análoga a isso a que Rimbaud chamava vidência, e não de todo estranha ao que os videntes chamam ver (nem mesmo, talvez, à plenitude que os «visionários» atingem através do olhar): uma segunda visão, como é costume dizer-se, uma visão que, por último, viesse revelar as belezas ou os segredos ignorados da primeira. Certamente que não foi por acaso que os técnicos sentiram a necessidade de inventar, para preencher a insuficiência do verbo ver, o verbo «visionar»"
Edgar Morin, O Cinema ou o Homem Imaginário, trad. António-Pedro Vasconcelos, Lisboa: Moraes Editores, 1970, p. 23.
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