ÀS CHAGAS
"Divinas mãos e pés, peito rasgado,
Chagas em brandas carnes imprimidas,
Meu Deus, que, por salvar almas perdidas,
Por elas quereis ser crucificado.
Outra fé, outro amor, outro cuidado,
Outras dores às Vossas são devidas,
Outros corações limpos, outras vidas,
Outro querer no Vosso transformado.
Em vós se encerrou toda a piedade,
Ficou no mundo só toda a crueza,
Por isso cada um deu do que tinha:
Claros sinais de amor, ah saudade!
Minha consolação, minha firmeza,
Chagas de meu Senhor, redenção minha."
Frei Agostinho da Cruz, Poesias Selectas, 2ª ed., Porto: Editorial Domingos Barreira, s.d., p. 43.
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