ESCULPIDA
"Se queres, ó cristão, gozar da glória,
E fugir aos abismos do inferno,
A afligida paixão de Deus eterno
Traze sempre esculpida na memória.
Nela tens de tormentos longa história,
Um mar alto, sem fim, de amor interno,
Despreza o livro antigo e o moderno;
Que este lhes leva a palma e a vitória.
Verás o bom Jesus escarnecido,
Derramando, do Horto ao Calvário,
Rios de sangue, dores de contino.
Ó finezas de amor extraordinário:
Que um Rei da Terra e Céu por povo indino
Não descanse senão na cruz subido!"
Frei Agostinho da Cruz, Poesias Selectas, 2ª ed., Porto: Editorial Domingos Barreira, s.d., pp. 43-44.
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