Tudo aquilo que vemos no dia a dia é, mais ou menos deturpado pelos hábitos adquiridos. – O esforço que é preciso para nos libertarmos das imagens fabricadas [através da fotografia, dos filmes e dos reclamos], exige uma verta coragem e essa coragem é indispensável ao artista, que deve ver tudo como se o estivesse a ver pela primeira vez. É preciso ser-se capaz de ver pela vida fora, como quando em criança víamos o mundo, pois a perda desta capacidade de ver significa simultaneamente a perda de toda a expressão original. Eu penso, por exemplo, que nada é mais difícil para o artista do que pintar uma rosa, porque, para criar, ele deve esquecer todas as rosas pintadas antes dele. O pintor deve possuir aquela simplicidade de espírito que o incline a acreditar que só pintou aquilo que viu.
Henri Matisse, apud Walter Hess, Documentos para a Compreensão da Pintura Moderna, trad. Ana de Freitas, Lisboa: Livros do Brasil, s.d., pp. 71-72.
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