"Por um país de enganos foste, um dia,
De olhos fechados, caminhando pelas
Regiões de ouro e de luz da fantasia,
Onde as flores brilhavam como estrelas!
Tantas surpresas no teu sonho havia,
Que tu ficavas deslumbrado ao vê-las!
E eis que de estrelas tua mão se enchia,
Tão fácil era à tua mão colhê-las...
Longe dos males das paixões terrenas,
Encantado e sonhando, te transportas
Nessas paragens claras e serenas...
Mas, de repente, as dores que suportas
Lembraste. E, abrindo os olhos, viste, apenas,
Que essas estrelas eram flores mortas."
Martins Fontes, "As almas e as Estrelas", in Verão, Santos: Typographia Escholastica Rosa, 1921, p. 101.
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