"Claro que se tem medo que alguém nos entre pelos olhos. Mas podes arder. Para a tua temperatura sou mercúrio, linhas de mão, lábio e sopro. Atravesso-te porque me atravessas e onde somos corsários rendemo-nos ao encanto da devolução.
Tu e eu à porta de um lugar que vai fechar tudo numa árvore. Aqui onde os minutos são a rua em que nos sentamos toda a tarde à espera do silêncio, onde o teu corpo pesa a medida exacta do meu desejo.
Sou um animal. Necessito diariamente da transfusão de uma enorme quantidade de calor. Tocas-me?"
Vasco Gato, A paixão e prisão de Egon Schiele, Lisboa: &etc, 2005, p. 59.
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