NEREIDAS FRIAS, AINDA DURANTE A TARDE
"Entre as trêmulas mornas ardentias, A noite no alto-mar anima as ondas.Sobem as fundas úmidas Golcondas, Pérolas vivas, as nereidas frias: Entrelaçam-se, correm fugidias, Voltam, cruzando-se; e, em lascivas rondas, Vestem as formas alvas e redondasDe algas roxas e glaucas pedrarias. Coxas de vago ônix, ventres polidosDe alabastro, quadris de argêntea espuma, Seios de dúbia opala ardem na treva;E bocas verdes, cheias de gemidos, Que o fósforo incendeia e o âmbar perfuma, Soluçam beijos vãos que o vento leva..."Olavo Bilac, O Caçador de Esmeraldas e outros poemas, Rio de Janeiro: Ediouro, 1997, p. 86.
No comments:
Post a Comment