O SER COMO O VALE
"Sou como um vale, numa tarde fria, Quando as almas dos sinos, de uma em uma, No soluçoso adeus da ave-mariaExpiram longamente pela bruma. É pobre a minha messe. É névoa e espumaToda a glória e o trabalho em que eu ardia...Mas a resignação doura e perfumaA tristeza do termo do meu dia. Adormecendo, no meu sonho incertoTenho a ilusão do prêmio que ambiciono:Cai o céu sobre mim em pirilampos...E num recolhimento a Deus ofertoO cansado labor e o inquieto sonoDas minhas provações e dos meus campos."Olavo Bilac, O Caçador de Esmeraldas e outros poemas, Rio de Janeiro: Ediouro, 1997, p. 80.
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