"Uma árvore dará sombra à minha sepultura. Gostaria que fosse uma palmeira, mas esta não cresce no Norte. Será decerto uma tília, e nas noites de verão os amantes aí virão sentar-se a namorar; o pintassilgo, que se baloiça nos ramos escutando, calou-se, e a tília sussurra familiarmente sobre as cabeças dos venturosos, que são tão felizes que nem tempo têm para ler o que está escrito sobre a pedra branca da sepultura. Mas quando, mais tarde, o apaixonado tiver perdido a sua amada, então voltará à tília tão sua conhecida, e observará a pedra tumular, muitas vezes, longamente, e lerá a inscrição: Ele amava as flores do Brenta."
Heinrich Heine, Ideias. O Livro de Le Grand, trad. Fernanda Mota Alves, Lisboa: Relógio D'Água, 1995, p. 28.
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