Thursday, August 7, 2014

DO VENTO


" -... A terra parecia despovoada, das casas não vinha um murmúrio de vida... só aquele vento de inferno a passar, a zunir... Então notei a velhice, a extrema decrepitude que invadira tudo. Estava em frente da minha casa, o tal palacete, o tal castelo miserável e tive a sensação que ele ia desabar, cair com fragor sobre mim, deixando-me soterrada, mas viva ainda. Sentia que uma grande trave pesava já sobre o meu peito, onde o coração batia sempre."

Graça Pina de Morais, Jerónimo e Eulália, Lisboa: Antígona, 2000, p. 77. 

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