"Eu sentia-me a bandeira esfarrapada dum país que já não existisse, a bandeira inútil que ficou esquecida num mastro abandonado. As vagas rebentavam de encontro à praia com uma violência monótona: sempre, sempre...
Rebentavam como uma ideia fixa, obsessiva, torturante...
As ondas traziam para a praia o meu corpo dilacerado mas vivo, arrastavam-no para longe... arremessavam-no, de novo, impiedosamente contra as areias duras."
Graça Pina de Morais, Jerónimo e Eulália, Lisboa: Antígona, 2000, p. 89.
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