"Não nos voltaremos a ver porque prisioneiro
das muralhas já só sei espiar os sinais do fogo
e rondar com o meu cavalo toda a surpresa do bárbaro
na máquina que fabrico a guerra continua as praças
foram tomadas pela fome pela fadiga eu que passava
as noites sem sono a espiar o curso dos astros
durmo apenas breves momentos medidos pelo som
da clepsidra (deu-ma Hypatia mesmo no inferno lembrarei
Hypatia). Caiu o culto velho caiu o culto novo."
João Miguel Fernandes Jorge, "Turvos dizeres", in Obra Poética, vol. 2, 2ª ed., Lisboa: Editorial Presença, 1987, pp. 35-36.
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