Wednesday, July 6, 2016

RELICÁRIO



"Nessas alturas, as tranças de Gilberte roçavam-me as faces. Pareciam-me, na delicadeza da sua erva ao mesmo tempo natural e sobrenatural, e no poder da sua folhagem artística, uma obra única para a qual se tinha utilizado a própria relva do Paraíso. Mesmo a um pequeno fragmento delas, que herbário celestial lhe não teria eu dado como relicário?"


Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido - À Sombra das Raparigas em Flor, trad. Pedro Tamen, Lisboa: Relógio D'Água, 2016, p. 71. 

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