ANTRO
"Pensamento, eu já não tenho palavras.
Mas tu que és em substância?
algo que chora por vezes
e por vezes dá luz.
Pensamento, onde estão as tuas raízes?
Na minha alma tresloucada
ou no meu ventre destruído?
És tão ousado voraz,
consomes toda a distância;
diz-me que me volte
como fez Orfeu
olhando a sua Eurídice.
para que possa perder-te
no antro da loucura."
Alda Merini, A Terra Santa, trad. Clara Rowland, Lisboa: Cotovia, 2004, p. 27.
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