"da noite surge o testemunho
as suas folhas como pássaros aterrando todos à vez debaixo de uma árvore
levantadas e abanadas de novo
pousadas com uma raiva surda
sabendo como o cérebro sabe que nunca poderá vir a acontecer
não aqui não ontem no passado
apenas no intervalo de hoje enchendo-se
enquanto o vazio se distribui
pela ideia de que horas são
quando essa hora já passou"
John Ashbery, Auto-Retrato Num Espelho Convexo e outros poemas, trad. António M. Feijó. Lisboa: Relógio D'Água, 1995, p. 147.
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