"para lá do cansaço, da anestesia,
da banalidade suja dos dias
um fruto é da ordem do corpo
que os dedos gretados e envelhecidos
procuram por dentro da minha pele
atravessar a casca até conseguir
arrancar o que tinha de ser subtraído
porque pretexto de umas quantas coisas este corpo
e protege a ideia de que viemos mesmo
para o espectáculo da nossa destruição
e não exigimos menos
do que olho por olho dente por dente"
Tatiana Faia, Um Quarto em Atenas, Lisboa: Tinta-da-China, 2017, p. 17.
No comments:
Post a Comment