"Comprou-a e pendurou-a no lugar do conde de Artois - de modo que, num só relance, via-os juntos. Associaram-se no seu pensamento, ficando o papagaio santificado por esta relação como o Espírito-Santo, que a seus olhos se tornava mais vivo e mais compreensível. Para se fazer anunciar, Deus-Pai não pôde escolher uma pomba, porque esses animais não têm voz, mas sim um dos antepassados do Loulou. E Félicité rezava contemplando a imagem, mas, de vez em quando, voltava-se um pouco para a ave."
Gustave Flaubert, "Um Coração Simples", in Três Contos, trad. Telma Costa, Lisboa: Editorial Teorema, s.d., p. 46.
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