Sunday, February 13, 2011

DAS COISAS ILÍCITAS



"O medo mistura-se ao prazer
enquanto ela sorri ao pensar que vai ao seu encontro
A caminho do lago o orvalho da montanha refresca-lhe as
mangas de seda
Quem se habituaria a estas coisas ilícitas?
Somente o receio de faltar ao juramento secreto
leva com passos cautelosos ao quiosque de perfumes de
brocado
Espreita, procura nos ruídos do vento
esconde-te à espera do amor perfumado
Ao pé do muro branco uma flor brinca com a sua sombra
Sob as persianas vermelhas o brilho disfarçado da lua
Docemente
com um sopro, a lâmpada apaga-se."


Zhang Kajiu, Cinquenta "Xiaoling", selecç. e trad. Albano Martins, Porto: Campo das Letras, 1998, p. 21.

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