"Atravessamos devagar como quem
não atravessa o sono o país obscuro
da morte - atravessamos devagar (como quem
não foi nascido) o país primitivo
da morte noite física memória
soterrada
no vaso dos dias na música possuída
por um país estrangeiro: discurso
gravado esculpido
na pedra do sono na pedra
nenhuma que somos
quando vagarosamente atravessamos
a medula o país corrosivo
da nossa peregrinação - "
Casimiro de Brito, Ode & Ceia - Poesia 1955-1984, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1985, p. 232.
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