"Deuses de um céu que rosas vãs me atira!
Não estais num além que brilha nas estrelas.
Reais nas horas, sois a maravilha
Que reverdece as nossas folhas secas.
A vossa dispersão, se recolhida
Num deus compacto de pupilas cegas
Rejeito, ó Numes frequentadores da vida
Nos deleites, nos risos, nas adegas.
Para noites de alma dever à eternidade
É breve a vida. Melhor à claridade
Me dou de um afável anjo transitivo.
E mais não sei que plenilúnio empreste
Ao sangue, instantâneos deuses tal como este
Soneto honestamente inconclusivo."
Natália Correia, "Sonetos Românticos", in Antologia Poética, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2002, pp. 258-259.
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