SUPRA EIDOLON
"eu caminhei sempre pela beira da vida
pela beira de copos de abismos e edifícios
caminhei sem saber que caminhava/ caminhei
eu caminhei sempre pela ponta de garfos
pela ponta de lanças de bibelôs partidos
caminhei sem me dar conta/ eu caminhava
eu caminhei sempre pela borda virada da asa
pela estampa dobrada onde uma seda se rasga
e se quebra/ eu caminhei num sorriso quebrado
eu caminhei sempre pela rua errada pelo beco
sem saída onde a única saída é só caminhar e
caminhar de uma corda à outra/ eu caminhei"
Flávio Caamaña, Aquedutos, São Paulo: Patuá, 2016, p. 100.
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