"Nós vivemos miríades de segundos e, no entanto, não há nunca mais do que um, um só que põe em ebulição todo o nosso mundo interior; o segundo em que (Stendhal descreveu-o) a flor interna, já impregnada de todos os seus sucos, realiza, como que num relâmpago, a sua cristalização - segundo mágico, semelhante a esse da procriação e, como ele, oculto no âmago do próprio corpo: invisível, intangível, imperceptível - mistério que se vive uma só vez."
Stefan Zweig, Confusão de Sentimentos (Notas íntimas do Professor R. de D.), 10ª ed., trad. Alice Ogando, Porto: Civilização Editora, 1969, p. 9.
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