CRÍTICO
"Ama de um pirómano, não deu a vida
o exemplo que a patrística coou da prosa
e no boudoir de Agripina esqueceu Catão
e compostura, quem se perdoa pecado por política.
Areia sem cal - em seu favor, tal crítico
ser Calígula, que seria devasso, mas não tolo.
Em muito grão vendeu o que não tinha:
ideias, humor que não fosse melancolia,
qualquer melena menos beata, outra toga menos
puída de hipocrisia. À força de enganar ofensas,
aconteceu-lhe o mais corrente: a paciência."
José Alberto Oliveira, O Que Vai Acontecer?, Lisboa: Assírio & Alvim, 1997, p. 75.
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