MATÉRIA
"Morrer! Volver ao Nada! Oh! quimera ilusória!
Nada se extingue totalmente. Sob a lousa,
Ainda resta do que foste alguma cousa.
Extingue-se somente a forma transitória.
A matéria, essa não. Decomposta, fundida
Na retorta da cova,em seiva, pó disperso,
De novo há de girar nas veias do Universo,
Retomando outra forma, outro ser, outra vida.
E em vão, em vão a própria forma se evapora.
Sempre do morto amado a imagem ressuscita
E, no doce pungir da saudade infinita,
Dentro da nossa alma eternamente mora."
Rodrigo Solano, Fumo, ed. at., Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel, 2010, p. 78.
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