"A alusão era direta mas eu fingi-me desentendido:
- Os monumentos estão fechados - insisti, oferecendo ainda uma certa resistência.
- Claro que estão fechados - concordou, desdenhoso. - Que idade tem o senhor?
- Vinte e sete.
- Vinte e sete? Então que lhe importam, a si, os monumentos? Os túmulos também estão fechados, e isso certamente não lhe dá cuidado... Mas as ruas não estão fechadas... - Apontou para o céu: - A Lua também não está fechada... A vida, senhor, não encerra à hora das catedrais... Venha! - acrescentou, intimativo."
Domingos Monteiro, " A mais linda mulher de Espanha", in Histórias Castelhanas, Lisboa: Editorial Verbo, 1971, p. 60.
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