"O tempo decorreu. Os ratos, muito satisfeitos, corriam no quarto e atreviam-se a passar-lhe por cima das chinelas. Paul não fazia um único movimento. Não queria mover-se. Não pensava em nada. Achava assim mais fácil. Não precisava de conhecer as coisas. Mas, de tempos a tempos, da sua consciência sempre em actividade, irrompiam frases maquinais como esta:
- Que faço eu?
E, desse estado de transe em que se achava, surgia uma resposta:
- Estou a dar cabo de mim."
D. H. Lawrence, Filhos e Amantes, 4.ª ed., trad. Cabral do Nascimento, Lisboa: Portugália, 1970, p. 523.
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