PULUIS
"Vida que não acaba de acabar-se
chegando já de vós a despedir-se,
ou deixa por sentida se sentir-se,
ou pode de imortal acreditar-te.
Vida que já não chega a terminar-se
pois chega já de vós a dividir-se,
ou procura vivendo consumir-se.
ou pretende matando eternizar-se.
O certo é, senhor, que não fenece,
antes no que padece se reporta,
porque não se limite o que padece.
Mas, viver entre lágrimas, que importa?
se a vida que entre ausências permanece
é só viva ao pesar, ao gosto morta."
Sóror Violante do Céu, Rimas Várias, Lisboa: Editorial Presença, 1994, p. 74.
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