"Não era verdade que
os mortos não pudessem
voltar e que, ao fazê-lo,
surgissem para nos seduzir
com encantos cujo segredo,
sob promessa de não retorno,
guardara o túmulo. Que nome
dar então à luxúria de um corpo
que da morte se levanta e refulge
da dor que lhe vem da matéria
mais obscura? Amar, assim,
é ter só pensamentos de carne
e reinventar o mundo a partir
de formas que a matéria
no seu fluxo salvou
das promessas do futuro."
Fernando Guerreiro, Teoria do Fantasma, Lisboa: Mariposa Azual, 2011, p. 41.
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