"Quanto aos espectros e espíritos, até aqui não colhi a seu respeito nenhuma propriedade inteligível, apenas produções da imaginação que ninguém é capaz de compreender. Quando dizeis que estes espectros e espíritos, que habitam mais abaixo (para utilizar a vossa linguagem, se bem que ignore se a matéria é menos meritória mais em baixo do que em cima) são compostos por uma substância muito fina, muito rara e muito subtil. pareceis falar de teias de aranha, de ar ou de vapores. Dizer que estes espectros e estes espíritos são invisíveis tem tanto valor para mim como se dissésseis o que eles não são em vez de dizerdes o que são; a menos, talvez, que queirais dizer que estes espíritos se tornam ora visíveis, ora invisíveis, ao sabor dos seus caprichos, e que a imaginação terá certo embaraço em explicar a coisa, como em outros casos impossíveis."
Baruch de Espinosa, Sobre Espectros e Espíritos, trad. Telma Costa, Lisboa: Teorema, 2005, pp. 57-58.
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