"Quem sonhou que a beleza passa como um sonho?
Por estes lábios vermelhos, desolados no seu orgulho,
Desolados, sem esperança de novos prodígios,
Tróia desapareceu nas fúnebres e altas chamas
E os filhos de Usna morreram.
Nós e o mundo palpitante vamos passando
Por entre almas de homens que vacilam e cedem
Como pálidas águas na sua corrida de Inverno,
Sob estrelas que passam, espuma do céu,
Vidas neste rosto solitário.
Inclinai-vos, arcanjos, na vossa morada sombria:
Antes de existirdes ou que um coração batesse,
Fatigado e afável, alguém se deteve junto ao Seu trono;
Por ela fez Ele do mundo uma estrada verde
Para os seus pés errantes."
´
W. B. Yeats, Os Pássaros Brancos e Outros Poemas, trad. Maria de Lourdes Guimarães e Laureano Silveira, Lisboa: Relógio d'Água, 2012, p. 25.
No comments:
Post a Comment