"Está-se lá dentro, nas esferas vivas, sem saber para onde se ia, nem de onde se vinha. Para sempre, o que não é exagero nenhum, enquanto a memória veja. Mas suponho que são estas bagas translúcidas que atravessam de sorrisos o cochilar dos velhos e dos meninos que hão-de voltar a ser. Se voltarem. Ele há tanto sítio e lugar e ser de que se está tão certo e tão seguro em sonhos, que é bem possível que para lá se vá ou de lá se venha. A alma é imortal mas não nos é dado saber aonde se demora."
Maria Velho da Costa, O Amante do Crato, Lisboa: Assírio & Alvim, 2012, p. 58.
No comments:
Post a Comment