"Mas o desespero só se define pelo seu contrário, e para que tenha valor artístico, a expressão deve então apresentar uma como que coloração com um reflexo dialéctico do contrário. Portanto, em toda a vida humana - que se julga já infinita ou que o quer ser - cada instante é desespero. Porque, o eu é uma síntese de finito, que delimita, e de infinito, que ilimita. O desespero que se perde no infinito é portanto imaginário, informe; porque, o eu não tem saúde e não está livre do desespero, a não ser quando, tendo-se desesperado transparece para si mesmo e se embebe em Deus."
Sören Kierkegaard, Desespero - A Doença Mortal, trad. Ana Keil, Porto: Rés- Editora, 2003, p. 42.
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