"A folha que se estende junto no corpo
e assim entrega o vento, o que ficava
entre o vidro que afasta dos jardins
a face um pouco erguida, na surpresa
de esperar sob aquela transparência
algo que fosse mais que um leve assomo
agora reflectido, enquanto um gesto
sustenta à nossa volta o que se perde
até ficar mais lisa a superfície
sem fim que recolhesse a simetria
apenas descoberta, porque existe
nos contornos da sombra o que susteve
sem esforço esse rosto, onde se encontram
as linhas de ser outro o seu limite."
Fernando Guimarães, Casa: o seu desenho, Lisboa: IN-CM, 1985, p. 54.
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