"Zadkel:
- Enganaste-te no fruto que colheste. As mulheres irão sempre adiante dos acontecimentos, por curiosidade e por gosto da antecipação. O outro fruto era o da Imortalidade.
Adão, tomando uma atitude:
- Mas eu não quero viver eternamente. O gosto das coisas tem um fim. Lutar para viver estimula muito mais a energia que o descanso sem limite e sem tempo. Há uns momentos, quando subia esta colina, fui possuído pela ideia do fim, mas de um fim onde as coisas actuais não se encontram comprometidas. Fui mal interpretado. O fim de uma coisa será sempre o princípio de uma outra coisa. E, no meu caso, esta coisa chama-se redenção, salvação."
António de Cértima, O Primeiro Dia do Homem Fora do Paraíso, Lisboa: Edições Ática, 1960, pp. 200-201.
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