"Tão profundo quanto a escuridão eram o silêncio e a quietude. Os rios haviam parado o seu curso, o vento não se movia e até as folhas dos choupos tinham deixado de ondular. Se se estivesse junto ao mar, ver-se-ia que as ondas já não batiam na praia, se se estivesse no deserto, a areia deixaria de ranger debaixo dos pés. Tudo estava petrificado e imóvel, para não perturbar essa santa noite. A erva não ousava crescer, o orvalho não podia cair e as flores não se atreviam a exalar o seu perfume."
Selma Lagerlöf, Os Milagres do Anticristo, trad. Liliete Martins, Lisboa: Cavalo de Ferro, 2008, p. 9.
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