ONDE ADORMECEM AS AVES, MUROS
"Dormis onde adormecem as aves: abrigos de sóis empalidecidossob céus amplos como velhas navesvogando num reflexo de lagos esquecidos;num sono fugitivo como a corçaque o próprio vento amedrontaquando, soprando sem força, o arbusto dobra na ponta. Num espasmo de breve sobressaltoos corpos estremecem: velasempurradas para o mar altonum impulso branco de telasque o pintor olhou, sem ver nelasmais do que um brusco bater de janelas.Nuno Júdice, Meditação sobre Ruínas, 3ª ed., Lisboa: Quetzal Editores, 1999, p. 80.
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