Aquilino Ribeiro, Luís de Camões, vol. I, Lisboa: Livraria Bertrand, 1974, p. 119."Nada de mais arbitrário que dar a Camões o conde de Linhares como seu patrono no Paço. D. Francisco de Noronha devia cuidar do reumatismo contraído nos nevoeiros do Norte. O fidalgo, o galgo e o taleigo do sal junto do fogo os heis-de achar.Além da qualidade de escudeiro, que não levava longe, Storck prevalece, para introduzir Camões no Paço, do prestígio que lhe advinha com o seu saber humanista e a aura, que soprava já, de sua arte primorosa. Está-se mesmo a ver Goethe na corte de Weimar, esquecido o nosso doutor Storck do tempo e do espaço. E na mesma ordem de transposições emite a respeito dos vates que se apinhavam às portas de el-rei, como hoje os famintos no átrio das Cozinhas Económicas: quem quisesse ter foros de poeta devia apresentar como prova de concurso uma écloga.Àquela altura da vida, Camões, concedendo de barato que era um humanista consumado, não tivera o ensejo de manifestar-se. Os tempos eram pouco propensos à intelectualidade."
Wednesday, November 23, 2011
AS VIS PRISÕES (ONTEM COMO HOJE)
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment