Matthew Gregory Lewis, O Monge, trad. Egito Gonçalves, Porto: Editorial Inova, 1974, p. 131."Algum tempo depois deixou de se ouvir falar dela. Mas ao fim de cinco anos o homem dos exorcismos morreu, e ela arriscou-se a reaparecer. Tinha, no entanto, modificado o carácter e era agora tratável e melhor educada.; rodava por ali em silêncio e limitava-se a uma aparição de cinco em cinco anos. A acreditar no barão, ela manteve-se sempre fiel a este hábito; ele está absolutamente persuadido de que, em cada dia cinco de Maio de cada quinto ano, logo que o relógio dá a uma hora, a porta da sala adoptada por ela abre-se (notai que esse aposento foi condenado há quase um século) e o fantasma avança com o seu candeeiro e o seu punhal, desce a escada da torre de Leste e atravessa o salão. Nessa noite o porteiro deixa todas as portas do castelo abertas, por respeito desta aparição; não porque essa precaução seja de qualquer modo entendida como necessária, uma vez que ela poderia facilmente passar pelo buraco da fechadura, se isso lhe apetecesse, mas simplesmente por delicadeza e para a impedir de perder, por uma saída inconveniente, a sua dignidade de fantasma.- E para onde vai ela, ao abandonar o castelo?- Para o céu, espero. Mas, se vai, o lugar não é seguramente do seu gosto, uma vez que regressa passado uma hora. Vai então para o seu aposento e fica sossegada por mais cinco anos."
Thursday, November 3, 2011
A EXCELENTE SENHORA 3
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