"Ele, por sua vez, logo que ouviu dizer a um cidadão de Rodes que Ântia tinha sido encontrada, pôs-se a correr, como se fosse um louco, pelo meio da cidade a gritar «Ântia». Acabou por encontrar Ântia rodeada por uma multidão perto do templo de Ísis. A população de Rodes seguia-a em massa. Mal olharam um para o outro, reconheceram-se imediatamente. Era isto de facto aquilo que eles mais ambicionavam. Abraçaram-se um ao outro e caíram ao chão. Foram tomados de muitas emoções ao mesmo tempo: prazer, dor, medo, a recordação de acontecimentos passados e receio pelo futuro. Por seu turno, o povo de Rodes deu gritos de alegria e aclamou-os, invocando Ísis como uma grande deusa. «Mais uma vez vemos Habrócomes e Ântia, o par de jovens belos», foi esta aclamação que se fez ouvir. Eles, por sua vez, assim que voltaram a si e se levantaram, entraram no templo de Ísis e dirigiram-lhe as seguintes palavras: «É a ti, ó grande deusa, que temos de dar graças pela nossa salvação. Ó deusa que nós veneramos mais do que qualquer outra divindade, foi por teu intermédio que nos reencontrámos». Prestaram também culto diante do recinto sagrado e prosternaram-se perante o altar."
Xenofonte de Éfeso, As Efesíacas - Ântia e Habrócomes, trad. Vítor Ruas, Lisboa: Edições Cosmos, 2000, L. V, p. 66.
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