Monday, July 15, 2013

FÁTUO





"Havia uma cadeira - um quarto - pedra-ara
com seu ícone e eu rezava ao acre coalho
ali deposto como um peixe fundido.
Não nego o lábio; e a cidade nómada revelou-se-me
do fundo do mar. Devolveu-me o tempo o fátuo
e a seda dos lenços de novo a sinto
sarar-me as feridas. Até dos objectos
recebo, afinal, teu sopro."

Paulo da Costa Domingos, Carmina, Lisboa: Edições Antígona, 1995, pp. 114-115.

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